Sociólogo faz palestra durante reunião da Rede

Na última reunião da Rede de Centros de Formação Profissional do Grande Rio realizada na sede do Campo, no dia 29 de setembro, o sociólogo Fernando Cardoso Lima Neto foi convidado para falar sobre “Histórias e Valores das ONGs no Brasil”, objeto da sua tese de doutorado em Sociologia em regime de dupla titulação na Universidade Federal do Rio de Janeiro e na École des Hautes Études en Sciences Sociales, na França. O objetivo da tese é identificar os valores sociais que conferem sentido à noção de ONG no Brasil, feito através de uma análise histórica sobre a formação dessas organizações. Da caridade cristã ao engajamento ecológico, passando pela filantropia e pelo engajamento político, a história das organizações privadas não lucrativas no Brasil, está repleta de variações de significado. Fernando levou em consideração pesquisas qualitativas realizadas pelo Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Desigualdade (NIED/UFRJ) com algumas das ONGs mais influentes no cenário nacional, para analisar as produções de significado que estruturam e legitimam as organizações Explicou as presentes na reunião que .Identificou três transformações marcantes. O primeiro nos anos 1960-1970, as ONGs do Brasil tinham uma base nos movimentos católicos de base (de caridade e assistencialista), movimento que o aproxima da esquerda política, garantindo assim um aspecto de luta e mobilização política e deixando o specto cristão fica em segundo plano. O segundo nos anos 1980, na busca de uma identidade, surgem movimentos sociais, a sociedade civil se instala. Em 1986 num congresso da Fase cria-se o termo ONG. E em terceiro nos anos 1990, quando o termo ONG se populariza, faz parte do senso comum, cria-se vínculos internacionais e temas como: AIDS, Ecologia, criança e adolescentes, outros, se tornam bandeiras de lutas. Após a palestra do sociólogo, foi feita um breve debate que foi aquecido pelo comentário do coordenador geral do Campo, Cristiano Camerman, que comentou que a Academia deveria aprender com os movimentos populares, pois tudo que havia sido falado para construção da tese, foi vivido na prática pelos centros comunitários que integram a Rede.