Confraternizando e refletindo sobre o futuro

Para comemorar os 30 anos de atividades, o Campo organizou no dia 19 de outubro, o seminário “O Futuro do Terceiro Setor”, realizado no auditório do 4º andar do CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, espaço gentilmente cedido pela instituição. Estiverem presentes  ex-assessores, ex-sócios, fundadores, sócios atuais, parceiros da Rede, das creches, dos centros comunitários, equipe e amigos. Primeiro houve um momento de reflexão com os palestrantes Edson Cordeiro, Tahis Moreira Passos e Baltazar Morgado, mediados pela mestre de cerimônias, a coordenadora do Núcleo de Educação Infantil e Escolar, Rosângela Angelo. Em seguida, no final da manhã, uma confraternização durante coffee break. 

Compuseram a mesa do seminário não apenas os palestrantes, mas também o presidente do Campo, José Carlos Dionizio, o atual coordenador geral, Anders Berntsen, e o fundador do Campo, Cristiano Camerman. Anders e Dionizio, falaram brevemente. Anders agradeceu a presença de todos e Dionizio discorreu sobre o momento político em que vivemos. Visivelmente emocionado, Cristiano relembrou como tudo começou, quando ainda era jesuíta e foi morar na Rocinha, onde diz ter aprendido tudo que sabe. Falou sobre sua crença no futuro das ONGs, que ainda desempenham um papel importante na busca da melhora da qualidade de vida para os moradores das periferias, que não recebem atenção devida do poder público. Depois foi a vez de Edson Cordeiro – professor, Doutorando em Educação pela UFRJ – Unirio (Linha de Pesquisa: Políticas e Práticas em Educação), Mestre em Educação pela UFRJ – Unirio (Linha de Pesquisa: Políticas, História e Cultura em Educação), Especializado em Sociologia Urbana pela UERJ, assessor técnico da Instituição Solidariedade França-Brasil – SFB, atua há mais de 30 anos nos movimentos sociais e no terceiro setor, com experiência em assessoria pedagógica em Centros de Educação Infantil Comunitários, entre outras atividades – dar uma grande aula linkando passado ao futuro. “Muito difícil falar do futuro de forma geral, o mesmo se aplicando ao Terceiro Setor. Penso que o futuro já está imbricado no presente, já está acontecendo, a discussão sobre a “crise” do Terceiro Setor não é recente, ela remonta mais ou menos ao final da década de 1990 e início de 2000, onde já aparecia a crise de financiamento. Acredito que o próximo período será de desaceleração no crescimento do setor e que poderá ocorrer um verdadeiro “filtro” de Organizações da Sociedade Civil, sobrando apenas as mais profissionalizadas, inovadoras, que detenham uma variedade de financiamento, gerenciamento estratégico, mecanismos claros de transparência, prestação de contas e controle social”, avalia. Como segunda a palestrante a falar, Tahis Moreira Passos – formada em Ciências sociais pela Pontifícia Universidade Católica – PUC Rio, Mestranda pela UFF no Programa de Educação tendo como orientadora a Professora Doutora Zóia Prestes – começou contando que foi uma das crianças das creches comunitárias em São Gonçalo (RJ) assessoradas pelo Campo e da importância que esse início teve em toda sua vida. Tahis está prestes a defender sua tese:  “O Estado e o comunitário: experiência de uma creche de São Gonçalo”. ” Falar em poucas palavras sobre o que eu acho do futuro do Terceiro Setor e sem sombra de dúvida um grande desafio. Mas acredito que a trajetória do Terceiro Setor no Brasil e em especial a das instituições comunitárias é demonstrar que existe um terreno fértil para os processos democráticos e da participação social na luta por políticas sociais igualitárias.A importância do movimento comunitário se dá na medida em que se articulam frente ao contexto político e econômico atual, provocando com isso, inquietações acerca das desigualdades sociais sofrida pelas camadas menos favorecidas. Sua atuação acontece na perspectiva da cooperação e solidariedade”. E fechando a manhã de reflexão e exercício sobre o que nos reserva o futuro, Baltazar Melgado,- arquiteto e urbanista com especialização em Gestão Ambiental com muito experiência em assessorar cooperativas e grupos sociais. Baltazar, que se intitula melhor contador de histórias, refez um pouco a sua jornada assessorando projetos dos movimentos sociais nos últimos 30 anos e foi otimista quanto ao amanhã.